Sobras do mundo

Um dia fui,
sem proposituras de ser,
mas querendo muito.

Restava arfado sobre um monturo de gentes.

Que fedor horrífico,
uma mescla de perfume doce férreo, com ovos denegridos de ninhos caídos.

Restava agalfinhado no monturo de nadas,
borbulhando pelos cantos das bocas,
bolhas purpúreas de morte estocada.

Restava fitado no nada,
opaca visão refletida,
de bojo de mosca pernando no globo dessecado.

Um dia fui,
com propósitos de ser,
e aqui estou,
queria menos que muitos,
por isso restei.

Comentários