A vida num Átimo

Perplexo, o dia se fez cansado.
A espera de uma ventosidade fresca, uma brisa, uma aragem...
As folhas suspiram farfalhos.
Lesma, anépta a casco, não se arrisca a sair do limbo-doce-limbo.
E chega, chega a aragem.
Como quem chega manso, pé-ante-pé.
As folhas já não suspiram farfalhos.
Gritam-nos,
Folhas derradeiras do bananal,
Agitam-se como bandeirolas, saldando o espírito da suavidade que chega e penetra.
Se fez então, o dia, fresco,
Não mais cansado, mas estimulado,
Estimulando o mover, o ir, o fazer.
Exaltando canções de alegria, pela anunciação que se chega.
Virá, virá colossal e mudará o ver.
Mudará também o sentir entre tremor e alegria.
Trará frescor e introspecção.
E com a introspecção também virá o saber.
O regozijo comunal do semear e colher.
O regozijo do debulhar, do moer e cozir comunais.
veio, cá está furioso e torrencial,
Como a fúria de um Deus ou Deusa que é.
Introspectos, todos os seres esperam.
Seu passar renovante, revitalizante.
Trazendo do intangível ao tangível a prosperidade,
que tudo altera.
A introspecção move o pensar do coração,
ao porvir, e lá, no porvir,
Haverá reunião.
E dela, nascerão novos sentimentos,
pois o reunir-se é para se aquecer,
o reunir é para fazer feliz e semeante
de idéias e filosofias,
de moral e costumes.
Formando o caráter da renovação.
Da alegria, do sorriso, do espreguiçar.
Mas os seres solenes, o reverenciam,
por sua benção;
Assim como um Deus ou Deusa que é.
Provimentos feitos, agora o reunir,
solene e sereno como qualquer amistosidade.
O reunir divaga sobre
e ao lado do Fogo.
Tribal e mágico, com alegria e de preferência sem euforia,
pois não lhe cabe.
Talvez melancolia, mas não do grego "bile-negra",
e sim de de mel "melancus", excesso de doce;
Talvez alegre , como doce equilibrado como deve ser.
Talvez ainda, cortês e cortejante como o princípio.
A espera novamente do dia mas velho que a noite.
A espera novamente das cores e dos cheiros.
A espera do que surgirá manso,
mas com cuidados e olhares.
Do que surgirá cuidado e amado.
Replicando a vida incessante.
Então o mais sábio dos Deuses ou Deusas,
se faz perceber.
O perene, o imperecível, o desvanecer, o débil e o perecível.
São fatos como o desabrochar para depois morrer.
Então...

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