Espera

Deste lugar volita,
transcendendo o espaço no destempo ...
... deste idioma nonsense.

Os pensamentos ferem,
o dentro em esperança vaga,
alheia de descaso,
quase ocaso de memória.

Se pudesse prever apenas um momento deste futuro indeciso,
alegrias de pulos daria,
daria pulos alegres apenas.

Chega perto o olhar,
e dança,
como se cobrisse de ouro e ternura,
a pele com aroma.

Tece de carinho a face em fios dourados no olhar lânguido.

Dança comigo.

Folha desce em declínio lento,
e consome o caminho oblíquo da razão que vai,
charlando à toa, sua fala turva,
que beira as esquinas virtuais por onde olhas de soslaio,
em réplica digo nada.

Dói,
flama e lacera.
Quer sair de dentro, esta coisa,
divulsionando tecido a tecido, na ideologia própria de escapar.

Brumas de verdade ainda virão em sua mente,
ou talvez em minha ...
turvando com certezas, o límpido que ainda resta.

Na cor celeste refletida no líquido que cai,
curva o olhar dentro e fora.

Olhar...

...Quimera seríamos na antítese da tentativa.

Espera a banda ainda,
com toques de alegria,
trompas encantadas de cores fulgidas,
como tecido recém tingido ocre ao vento luminoso,
e retumbantes espasmos ventrais.

Altiva em sua marcha, chamando em festa o que era.
Assim espera,
caminha ao encontro, que a outra alma ainda sorri.


Correções: Chris Mayer

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